O processo histórico de apropriação do ambiente natural para a produção agrícola e a exploração de recursos naturais resultam na fragmentação das florestas e da paisagem como um todo, ao mesmo tempo em que propicia o surgimento de processos erosivos agravados em solos mais sensíveis. Como consequência dessa dinâmica de degradação, instalou-se um círculo vicioso de diminuição da diversidade biológica, distúrbio do regime hidrológico das bacias hidrográficas, a degradação dos recursos naturais, as mudanças climáticas e a deterioração da qualidade de vida das populações. Atualmente, a urbanização desordenada tem acelerado ainda mais o processo de degradação ambiental das Bacias Hidrográficas.
As atividades agrícolas e pecuárias têm sido reconhecidas como sendo algumas das fontes de poluição difusa dos recursos hídricos. A manutenção da vegetação natural ribeirinha pode reduzir a entrada de poluentes e sedimentos nos cursos de água, favorecendo a infiltração da água no solo, absorvendo, retardando ou purificando o escoamento antes que ele atinja os rios. Esta atitude constitui uma medida ecológica para controle da poluição difusa proveniente do escoamento das águas da chuva em áreas agrícolas.
A supressão de áreas florestais e a sua substituição por outras coberturas podem contribuir de forma significativa para os processos de geração, transporte e deposição de sedimentos nos canais de drenagem. As florestas de encosta protegem a superfície do solo do início do processo erosivo, promovem a infiltração da água no solo e funcionam como barreiras ao transporte dos sedimentos. Ao redor das nascentes elas têm importante função de proteção, principalmente contra a compactação e o assoreamento, por práticas agrícolas inadequadas. Ao lado dos canais, as florestas ripárias, também chamadas de ciliares quando, com largura e estrutura adequadas, podem funcionar como filtros dos sedimentos, material orgânico e elementos químicos e compostos associados, promovendo sua deposição antes de atingirem os cursos d’água, além de protegerem diretamente os canais contra a erosão de suas margens e contribuírem para aumentar a capacidade de armazenamento de água na bacia.
Foto: Cuesta Basaltica de Botucatu, por Fábio A. Nossack.
Assim, entende-se que a oferta natural de água, em quantidade e qualidade adequadas, depende, entre outros fatores, de um planejamento adequado do uso e cobertura do solo. O reflorestamento realizado em bacias hidrográficas, notadamente por meio de ações de restauração florestal, tem sido apontado como uma das soluções mais factíveis e baratas para a questão da produção de água de boa qualidade para o uso humano. Ações conservacionistas, sob o respaldo do geoprocessamento, são estratégicas para a redução do custo de tratamento da água. O problema é que, mesmo sendo uma solução das mais baratas, a restauração apresenta, ainda assim, um custo elevado, exigindo um planejamento cuidadoso que aponte áreas prioritárias para o investimento de recursos em reflorestamento.
Diversos sistemas de apoio à decisão, apropriados à determinação, para uma ou mais finalidades, de áreas prioritárias, de risco, adequadas etc., têm sido desenvolvidos ou adaptados para operar em Sistemas de Informação Geográficas, destacando-se aqueles que têm por base a avaliação de múltiplos critérios. Os procedimentos envolvem a utilização de dados geográficos, as preferências dos tomadores de decisão (nem sempre com idéias convergentes) e a manipulação dos dados.
O problema de tomada de decisão multicritérios envolve um conjunto de planos alternativos de alocação, avaliados com base em critérios múltiplos, conflitantes e incomensuráveis, por grupos de indivíduos com interesses diversos. Esses grupos são caracterizados por preferências específicas, com respeito às importâncias relativas dos critérios, contra o que os planos alternativos são avaliados.
Figura: Exemplo de mapa de áreas prioritárias à Recuperação Florestal na Sub-bacia Hidrográfica do Córrego Descalvado, Botucatu SP.
A análise de áreas prioritárias, tem em vista, principalmente, a identificação do padrão espacial mais apropriado para os futuros usos do solo de uma determinada região, de acordo com fatores específicos e preditores de uma atividade ou de um objetivo.
São Soluções que serão atendidas pela Análise Multicriterial:
– O Crescimento Urbano;
– A localização de Aterros Sanitários;
– As áreas prioritárias para aplicação de um determinado recurso ou para intervenção;
– A localização de parques industriais;
– A determinação do melhor traçado para determinada rodovia, ferrovia ou aeroportos;
Enfim, a aplicação é imensa, na abordagem agrícola e florestal é uma ferramenta potente para o planejamento territorial.
Caso tenha interesse em ler um artigo sobre a aplicação para a Definição de Áreas Prioritárias à Recomposição Florestal, aqui está o link para um artigo que escrevi para a Revista Irriga, da Unesp de Botucatu.
A Dissertação completa poderá ser consultada clicando aqui.
A Terra Sapiens Geotecnologias está preparada a aplicar o estudo Multicriterial para diferentes áreas do conhecimento, como as descritas acima. Esta é mais uma solução que temos a oferecer, munidos com os melhores programas computacionais e Sistemas de Informação Geográfica do mercado.
Autor: Fábio Ávila Nossack
É Engenheiro Florestal, mestre e doutor em Agronomia pela Unesp de Botucatu. Trabalha com Geotecnologias desde 2008 e é sócio fundador da Terra Sapiens Geotecnologias.